História

Como tudo aconteceu.

Em abril de 2023, descobri que estava com uma série de problemas de saúde: pressão alta, diabetes e gordura no fígado. No início, fiquei paralisado com a notícia. Afinal, eu tenho um filho pequeno e um trabalho novo, e não posso me dar ao luxo de me ausentar.

Depois de uns quatro meses, consegui estabilizar todos esses problemas de saúde e estava me sentindo muito bem. Porém, de repente, numa madrugada, uma dor intensa me levou ao pronto-socorro de Criciúma, onde fiz uma bateria de exames que não revelou nada conclusivo.

Os médicos atribuíram minha dor ao estresse e disseram que logo passaria. Um deles até brincou, sugerindo que eu estava ali apenas para conseguir um atestado médico, já que era sexta-feira.

Como sou teimoso e não confio em diagnósticos sem uma validação mais aprofundada, pedi um exame mais detalhado. Foi então que fiz uma angiotomografia computadorizada das artérias coronárias. Descobri que havia algo pressionando minhas artérias, causando a dor intensa. Não era estresse, nem vontade de pegar um atestado.

Começou, então, a corrida para entender o que estava acontecendo. Inicialmente, suspeitaram de um linfoma, um tipo de câncer mole. Comecei a enfrentar dificuldades com o plano de saúde, que não autorizava a biópsia. Foram pelo menos dois meses de brigas com o plano.

Em novembro, com a ajuda dos médicos, chegamos a um consenso: era câncer de pulmão. O plano de saúde continuava com problemas de autorização. Nesse meio tempo, o pessoal do RH da empresa em que eu trabalhava me chamou para ir a São Paulo, para entender o que estava acontecendo em Santa Catarina. Eles me orientaram a procurar o melhor hospital especializado no tratamento desse tipo de câncer.

Na primeira consulta em São Paulo, o médico, baseado nos exames, foi direto: "Você tem um ano de vida e não há muito o que fazer. Acho melhor você tomar alguns remédios para a dor e voltar para junto da sua família."

Essa informação mudou tudo o que eu considerava importante e relevante. Desde então, estou em São Paulo, distante da minha família, lutando para fazer o tratamento da melhor forma possível e me manter vivo o máximo que puder

Afinal, como costumo dizer: "Ninguém vai me dizer quando eu vou morrer."

Meu foco é trabalhar, me manter ativo e, se Deus permitir, fazer parte das estatísticas daqueles que conseguem se curar.